Este mês, eu e minha mãe viajamos para Aparecida no estado de São Paulo. Lá é onde está a catedral de Nossa Senhora Aparecida. Não sou católica, mas cresci em uma família que é e passei muitas férias quando criança nessa cidade. Meu pai era muito próximo dela então no dia em que ele fez um ano de falecimento, nós pedimos uma missa pra ele em respeito à conexão que ele tinha.
Ao se aproximar dessa data, muita reflexão veio à tona sobre essa questão do luto e todas as circunstâncias que se instalaram por causa da morte dele que foi inesperada e todos os fatos que antecederam, acontecidos nos anos anteriores. É importante frisar que meu relacionamento com meu pai não era dos melhores, então, claro isso irá influenciar diretamente como experiencio o luto.
Acho que como sociedade observamos o luto quase como doença. Como se tivesse um data, senão algo tá errado. Ou recebemos muitas frases do inconsciente coletivo do tipo “Tem que seguir em frente”, “A vida continua”. Não aprendemos a acolher emoção, a dar espaço pro corpo processar e liberar, a entender que você vai sentir muitas coisas ao mesmo tempo… eu por exemplo, quando meu pai faleceu, me percebi sentindo um misto de choque, trauma e alívio. Mas alívio Fabi? Sim.

Aprendemos a ser automáticos, a achar que temos que sentir uma coisa só, que temos prazo pra sentir o que quer que seja. É claro que você pode e tem direito de receber ajuda… faça isso. Aceite. Mas também não se coloque no lugar de ter que resolver algo que não precisa ser resolvido… só vivido.
A aceitação é uma frequência muito elevada. Muitos confundem ela com resignação que é aquela sensação de ‘não tem nada que eu possa fazer’, quando na realidade a aceitação é ver com clareza o que aconteceu, não tentar mudar o que foi mas entender que tem decisão diante de como vai organizar, lidar ou processar aquilo.
E muitas vezes não é sobre aceitar que a pessoa morreu, mas aceitar o que você sente em relação a isso. Você está puto? A vida perdeu sentido? Não tá sentindo nada? Tá com saudade? Não aceita aquilo que não foi vivido com a pessoa? Acha que não vai aguentar? Não importa. Tudo está certo. Tudo é esperado. Tudo é normal.
É nesse lugar de aceitação com autoridade interna que tudo roda e o corpo cura, só que… como sociedade a gente trava aí. Há uma necessidade de seguir um script… ‘Tô me sentindo triste demais, tá errado. Não ‘tô triste, tá errado. É irritante como está entranhado nos nossos sistemas internos e inconsciente o conceito de que é preciso caber em circunstâncias da vida, quando na realidade é o contrário, é preciso expandir, permitir. E isso é feito quando você para de questionar a cada minuto o que está sentindo, quando para de julgar como certo e errado suas sensações e decisões diante de qualquer situação.
E sim… não é só sobre pessoas, o luto. Passamos por ele em muitas fases da vida, em ciclos infinitos de começo e término, dentro e fora de nós.
O que eu também aprendi com o luto foi que muitas vezes, ele vem não com a ausência da pessoa em si, mas com a ausência daquilo que se gostaria de ter vivido e não foi. O luto de uma relação que não foi o que você esperava, desejava ou precisava e que isso não significa entrar naquele lugar de eu deveria ter feito ou falado isso ou aquilo. não. isso é entrar em distorção, você já está saindo da aceitação. Esse lugar é aquele que você se permite viver o luto pelo não vivido. E isso é mais comum do que se imagina.
Eu sei que se não tivesse meu trabalho interno, minha experiência seria muito diferente… talvez eu reprimisse muita coisa. Como meu processo já acontece há um bom tempo, pude observar com mais presença o que acontece no meu emocional, mente e corpo físico diante de um luto literal. As vezes ser consciente é dolorido pra mente que quer só se proteger, guardar e não sentir dor. Mas trazer a mais importantes das frequências pro teu processo e por cada parte sua que quer se esconder é uma das coisas mais importantes. E essa frequência é a gentileza.
Desejando sempre que você esteja bem,
Fabi Souza
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Mulher, obrigada por trazer essas percepções sobre o luto. É uma das poucas pessoas que ja verbalizou o que eu percebo tambem em mim, e que foi recebido de forma espantosa quando verbalizada. Que alívio!